Como mudar o estilo de vida sem comprar briga com a família

Silvia Pahins

quarta-feira, dez 13

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Você sabe que sua vida precisa mudar, que você tem um propósito a cumprir, que seu coração precisa voltar a vibrar, e que as promessas de vida nova não podem mais ser adiadas. É quase certo que foi por isso que você quis ler este artigo.

Você já percebeu que precisa mudar o estilo de vida para realizar o propósito guardado em seu coração e ser mais feliz. Mas sozinha nem sempre é possível. Quase sempre envolvemos outras pessoas na nossa mudança pessoal, sobretudo a família e nossas relações interpessoais. E as pessoas, por mais que se amem, são diferentes, pensam e sentem de forma diferente cada situação, e isso pode ser a maior causa de dor e sofrimento.

Você quer compartilhar suas descobertas com seu marido, seus pais, filhos, ou amigos, mas eles te veem como louca ou inconsequente por querer embarcar nessa viagem (no pior sentido da palavra) para transformar tudo.

Dependendo da situação, uma pequena tomada de consciência de como a sua vida está distante do que realmente gostaria pode causar uma hecatombe emocional, um desastre familiar com as mudanças que sabemos que precisamos realizar. Que exagero, né? Ou não!

Eles podem te dizer: “Imagina, olha a crise, olha esse momento de incerteza… Como é que você vai largar mão do que já tem garantido [aquela suposta estabilidade que a gente acredita existir quando se tem um emprego] para viver fazendo o que ama?”

O fato é que é possível mudar o estilo de vida sem comprar briga com a família. Essa fase não precisa ser sofrida nem pesada para você e nem para os seus.

Neste artigo, queremos lhe ajudar a abrir mais espaço e possibilidade, a trazer luz para essa situação que, na melhor das hipóteses, já é estressante e desafiadora, porque nos tira da zona conhecida e quentinha que sempre nos abrigou.

Minha família não me entende, e agora?

Apesar de amar nossos familiares e reconhecer sua importância, cada componente do nosso primeiro núcleo social é diferente. Cada pessoa vê a vida e os acontecimentos de uma forma, o que por si só abre margem para comportamentos, necessidades e interpretações muito distintas. Quando vivemos em grupo e em sociedade, seguimos combinados e programações, mesmo que a gente tenha se esquecido disso. É tão natural que nem se questiona mais alguns hábitos e maneiras de pensar e agir.

Nesse contexto, uma pequena mudança pode significar o surgimento de um problema, no primeiro momento. A força do grupo pode ser muito maior do que a sua, sobretudo se ele não concordar com sua nova maneira de agir e criarem resistência. Como lidar com isso, então?

Pessoas têm necessidades diferentes

Pode ser que você já esteja enfrentando situações difíceis e não saiba como lidar. Você, até então, tinha muita confiança nas escolhas que deseja fazer, mas com a falta de apoio, vem o medo, a sensação de não ser compreendida. E as brigas começam.

Mas por que a gente briga? Porque somos diferentes, temos valores que nem sempre correspondem e nos comportamos de maneira distinta; para “ajudar”, interpretamos o comportamento do outro a partir da nossa forma de se comportar. Daí surgem os rótulos e julgamentos, e assim se instaura a separação entre pessoas que convivem.

Nessa toada, tudo o que destoa do combinado dentro da família torna-se alvo de feedback negativo, que serve de mecanismo de defesa coletivo para se restabelecer a ordem (na verdade, para que a zona de conforto continue sendo um feudo bem guardado e intocado). E você, em reação à defesa deles, também se defende às opiniões, e então a batalha se inicia e não acaba nada bem, quase sempre.

Em vez de nos perguntarmos por que a pessoa se comporta de certa maneira, interpretamos sua atitude e a rejeitamos. Mas por trás dessa rejeição há uma necessidade das pessoas ao seu redor de te protegerem e de se protegerem de perigos maiores porque elas só conhecem aquilo que já vivem.

Não é fácil para você e nem para eles; no fundo, todo mundo quer ser amado e ter as suas necessidades atendidas, ao mesmo tempo em que quer se sentir parte de algo e ser aceito. Só que na hora de conversar, não fica tão claro assim, não é? Se ficasse, a gente não teria que falar sobre isso…

É hora de mudar de estilo de vida?

Antes de fazer uma convocação extraordinária para se alinhar com a família, é preciso fazer um balanço com você mesma, munida de honestidade e clareza. Será que você realmente precisa jogar tudo para o alto? E essa mudança precisa ser da forma como está pensando?

Como mudar o estilo de vida sem comprar briga?

É comum que uma briga aconteça porque há radicalismo e inflexibilidade na postura de alguma das partes e, principalmente, porque as pessoas não estão dispostas a se ouvirem. Por isso, trazemos abaixo algumas alternativas para que você consiga estabelecer uma comunicação mais efetiva e amorosa com os seus.

Aposte na Comunicação Não-Violenta

Essa nomenclatura foi criada por Marshall Rosenberg, e a proposta da Comunicação Não Violenta – ou apenas CNV – é recuperar a conexão verdadeira entre as pessoas a partir da escuta e do compartilhamento para que reconheçam suas necessidades e emoções, que são elementos que nos aproximam e nos tornam iguais. Mais do que dizer, a proposta é de que as pessoas se conectem com o que realmente importa, para além dos rótulos.

Para Rosenberg, críticas e reclamações são alarmes, são indicadores de que há uma necessidade não atendida por nós na pessoa que nos critica. É um pedido de atenção e ajuda. A sugestão aqui é que, em vez de bater de frente com quem você ama, faça o exercício de desvendar qual é a necessidade por trás de determinado comportamento.

Uma conversa “desarmada” pode ser um bom começo, ainda que vocês não se entendam completamente. Busque se aprofundar no que a CNV sugere como prática, em referências como essa e essa, ou essa. O livro Comunicação Não Violenta de Marshall Rosenberg também é uma ótima referência de estudo.

Encontre a sua galera

Enquanto os ponteiros não se acertam com a família, vale buscar apoio e estímulo entre as pessoas que estão no mesmo processo de descoberta e mudança que você. Existe um movimento de pessoas que começaram a escolher o que realmente desejam, que acreditam que propósito tem a ver com uma vida mais alinhada com o que acreditam e com empreendedorismo. Essa é a sua galera.

Há muitos grupos no Facebook que reúnem pessoas vivendo o mesmo momento, querendo sair da inércia e mudar o estilo de vida. Neles, você pode encontrar inspiração e força para lidar com a família e para sustentar a sua intenção de continuar sua jornada.

Além disso, você pode encontrar grupos de empreendedores e de profissionais da sua área na sua região. Desvirtualizar também é um grande estímulo e renova nossa motivação, além de criar uma corrente de apoio mútuo.

Siga o seu propósito e encontre o próprio estilo de vida

Só você pode realizar o seu propósito e isso é o melhor que pode fazer por si e pelo mundo. Siga com segurança e com confiança em si mesma, que, mais cedo ou mais tarde, as pessoas ao redor vão perceber que a sua mudança é para valer. Será natural que elas também se sintam parte disso e consequentemente, irão apoiar você. Sua realidade não será mais um bicho para elas, e vão começar a gostar de te ver feliz.

Agora, conta para nós como está sendo o seu momento. Você está em qual etapa, pré ou pós mudança de estilo de vida? Quais são seus maiores desafios, ou quais foram seus maiores aprendizados com todo esse processo de transformação (que não acaba nunca mais)? Vamos adorar ler seu comentário e respondê-lo.

Aproveite para compartilhar o artigo em suas redes sociais e dar uma força para quem está vivendo esse desafio com a família, colocando no dia a dia as dicas que deixamos aqui.

Escrito por

Sílvia Pahins

Especialista em Negócios Digitais
Fundadora do Instituto ECP


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