Por que vivemos a crise dos 30 anos?

Silvia Pahins

quinta-feira, fev 01

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O tempo passa para todas as pessoas: nascemos, crescemos, somos educadas, vivemos em sociedade, fazemos escolhas, aprendemos, refazemos escolhas, crescemos mais um pouco… E assim segue a vida.

Depois de alguns ciclos aprendendo e recalculando a rota pessoal – ou apenas vivendo em piloto automático a partir das escolhas que somos levadas a fazer – a idade, que antes era só um detalhe, torna-se um fator importante que desencadeia fortes sintomas psicológicos. Passamos a temer o futuro, a duvidar se realmente temos todo o tempo do mundo e se estamos no caminho que nos leva para as “grandes conquistas” da vida adulta.

Se você está perto dos 30 anos (sejam os vinte e muitos ou os trinta e poucos) e começou a sentir algo parecido com isso, ou está como cachorro correndo atrás do próprio rabo, saiba que você está vivendo a crise dos 30.

Neste artigo, vamos falar um pouco sobre por que vivemos essa crise existencial e como passar por ela – quem sabe aproveitando um pouco melhor o momento para crescer e se alinhar com as vontades do próprio coração? É o que a gente deseja!

Aconteceu com você? Sinais da crise dos 30

Um dia (ou dias, meses, anos…) você acorda e percebe que:

As horas de sono não são suficientes e seu rosto denuncia isso.

  • Você não tem mais o mesmo ânimo para aceitar o convite de festas que passam da meia-noite;
  • Prefere o conforto à elegância, na maioria das vezes;
  • Acha melhor não mencionar a sua idade na presença de outras pessoas (mais novas, geralmente);
  • Sua opinião mudou sobre ideias, gostos, hábitos, atividades, o seu trabalho, e até a presença de algumas pessoas perdeu o sentido na sua vida;
  • Sente uma cobrança interna para ser mãe ou por encontrar alguém, ou casar, ou ganhar mais dinheiro, ter uma vida mais estável e bem-sucedida;
  • Algo está fora do lugar e não sabe bem o quê, e isso traz angústia e vazio.

Se você confirmou algum item da lista, é sinal de que você está passando pela temida crise dos 30. Esse período da vida apresenta características muito particulares, que podem ser compreendidas por uma abordagem sistêmica desenvolvida pela Antroposofia. Veja abaixo:

A teoria dos setênios explica a crise dos 30

Elaborada a partir da observação dos ciclos da natureza, a teoria dos setênios busca explicar como é o desenvolvimento do ser humano ao longo da vida. Acredita-se que nós também passamos por ciclos, com duração média de 7 anos (devido à evolução de cada indivíduo e às mudanças coletivas que passamos no último século, esse tempo varia). Em cada um dos setênios, ocorre o amadurecimento de um aspecto diferente, que será importante para o desenvolvimento do próximo ciclo.

De forma muito resumida, os 3 primeiros setênios (até os 21 anos) desenvolvem o corpo físico e a personalidade:

  • Na primeira infância (até os 7 anos), desenvolve-se a cabeça, a mente, e estimulam-se ao máximo os aspectos positivos da vida, os sentidos, para que se cultive a felicidade de estar aqui –  por isso são tão importantes as brincadeiras;
  • Dos 7 aos 14 anos, ocorre o desenvolvimento do coração, dos pulmões e das emoções, principalmente por meio dos vínculos que se criam com os pais e professores, que são as primeiras referências de autoridade (a autoridade amada, segundo Rudolf Steiner) e de relação com o mundo (ligação essa que determinará a forma como vemos o mundo na vida adulta); a atuação desses adultos também será decisiva na criação das primeiras regras e hábitos;
  • E dos 14 aos 21 anos, com o intenso desenvolvimento dos corpos físico, mental, emocional, as relações estabelecidas com a autoridade amada servirão de base para que o ser busque pela própria identidade e pela sua turma, e ele terá necessidade de negar e se opor às autoridades para perceber o que ele é e o que não é, a fim de se encontrar e de encontrar a liberdade para se relacionar diretamente com o mundo.

Os 3 setênios seguintes (dos 21 aos 42 anos) desenvolvem a alma de cada ser humano, e é nesse estágio que passamos a nos aprofundar nas questões afetivas, profissionais e existenciais. Esses são os ciclos de vida que mais nos interessam para entender a crise dos 30 (e dos 40 também).

Após quarto setênio (dos 21 aos 28 anos) – em que o corpo físico se desenvolve completamente e o amadurecimento se concentra nos níveis mental, emocional e espiritual, e o indivíduo passa a ter a vida nas próprias mãos, sem a intermediação de pessoas adultas, indo buscar o próprio lugar ao sol – os valores pessoais e aprendizados adquiridos durante a vida passam a fazer mais sentido, ou eles caem por terra e surge a sensação de algo como se não tivéssemos feito o que nosso coração pediu.

Essa sensação inaugura o ciclo dos 28 aos 35 anos e perdura até os 42 anos, mais ou menos. São os ciclos de crise existencial (ou crise dos 30) e de autenticidade (a.k.a. crise dos 40), em que os nossos gostos mudam e trazem uma busca por um sentido e um propósito maior. As estruturas até então firmes se abalam, e as perguntas “quem sou eu?” e “o que estou fazendo com a minha vida?” nunca foram tão presentes. Somos cobradas por estrutura, firmeza, estabilidade mental, material e espiritual, enquanto na verdade estamos em um processo de profunda reestruturação e reorganização interna.

Nesse período, podemos ter rompantes emocionais, como largar o emprego ou o casamento/relacionamento, mudar de profissão e de vida, fazer um ano sabático, mochilar, conhecer e/ou aprender coisas novas. Mas fazer uma mudança do nada nem sempre é produtivo, é preciso estar preparada e ter consciência dessa mudança.

Na crise de autenticidade, que ocorre depois da crise existencial mais profunda, a partir dos 35 anos, o desafio é encontrar valores espirituais, reconhecer a si mesma como um ser único. A busca pela essência em tudo se faz mais forte. É possível que, apesar de ter feito o que desejava, você ainda sinta descontentamento e se questione se há algo novo a se fazer.

Essa crise de autenticidade é diferente da crise dos 30 porque já sabemos lidar melhor com o nosso universo interno e é mais fácil aceitar as coisas como são, como foram e como podem vir a ser, sem a angústia e a frustração do ciclo anterior. Até chegar lá, seguimos lidando com o turbilhão emocional.

Como sobreviver à crise dos 30?

O autoconhecimento é o meio e o fim de tudo o que vivemos. Em momentos como a crise dos 30, a única saída é olhar para o seu mundo interno com o apoio de algumas ferramentas. Enquanto buscar fora de si, qualquer sofrimento pode se prolongar. Aqui abaixo vamos deixar algumas sugestões para desenvolver o seu próprio jeito de se conhecer.

Faça questionamentos

Mais do que procurar respostas definitivas, faça perguntas a si mesma. Questione-se. Quais são os seus sonhos – eles continuam os mesmos? O que você deseja sentir todos os dias daqui para frente? Quem você deseja ser no futuro? Com quem deseja estar e onde? Quais seus gostos? O que realmente importa para você?

Use e abuse de perguntas poderosas e exercícios para esboçar uma mudança de vida com tranquilidade.

Experimente coisas diferentes

Sabe tudo o que você estava louca para fazer mas não tinha coragem porque parecia não ter nada a ver com a sua vida ou simplesmente seria um “luxo”? Dentre todas essas coisas, escolha fazer a(s) que está(ão) ao seu alcance. Abra espaço para que algo novo e diferente entre na sua rotina e traga insights e criatividade para a sua vida, sobretudo para que você possa descobrir (ou redescobrir) suas habilidades.

Siga sua intuição

Ao entrar em contato com o espaço interno e com o seu coração a partir de momentos de reflexão e silenciamento, será mais fácil ouvir e seguir a sua intuição. Para isso, cultive um período do seu dia para algo que acalme sua mente – desde meditação até uma atividade criativa que exija atenção ao momento presente.

A crise dos 30 é uma oportunidade de crescimento

Apesar de ser uma fase que exige muito de nós, não é preciso derrubar nem queimar pontes, tampouco arrumar briga com a família e as pessoas ao redor por causa de todas as mudanças que ainda não sabemos onde nos levarão.

Em vez de se desesperar, veja essa fase como uma oportunidade de crescimento e renovação pessoal. Abrace a si mesma e a grande abertura para se conhecer ainda mais e criar uma base firme para a sua vida de agora em diante. Quer continuar seu processo de autoconhecimento? Então clique aqui e baixe um e-book em que eu falo só sobre isso e tem mais ferramentas para você aplicar.

Se você conhece alguém está na crise dos 30, compartilhe ela/ele esse artigo!

Escrito por

Sílvia Pahins

Especialista em Negócios Digitais
Fundadora do Instituto ECP


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