É possível que você conheça alguns casos de pessoas que mudaram de profissão após os 30 anos. Já passou o tempo em que essa era uma mudança rara, hoje uma transição nessa fase da vida se tornou bastante comum.
E mesmo sendo uma tendência, mudar de carreira não deixa de ser um desafio – sendo aos 30 anos representa um marco importante na vida profissional. Geralmente, com essa idade, o indivíduo já percorreu uma parte da sua estrada profissional. Ele não é tão jovem, mas também não alcançou a plenitude nessa área ainda.
Muitas vezes, já constituiu (ou está constituindo) família e tem outras questões da vida que disputam atenção com o campo profissional. Mudar de carreira nessa etapa envolve pelo menos três coisas: abandonar algo que já foi construído, recomeçar em um novo setor e passar pela insegurança financeira.
Entretanto, se você está insatisfeito com a sua vida profissional, talvez essa seja a hora de planejar e fazer uma transição. Afinal, você ainda tem muitos anos de trabalho pela frente para continuar com uma carreira insatisfatória.
Na casa dos 30, existem muitos desafios ao mudar de carreira. Quer conhecer alguns deles e descobrir como superá-los? Continue a leitura!
Saber e aceitar o que não quer
Em momentos de escolha, as pessoas costumam dizer que é mais importante saber o que não querem do que o que querem. No caso da carreira, até que se descubra que você não quer o seu trabalho atual, existem dois processos importantes: saber e aceitar o que não quer.
Somos surpreendidos por um processo de autoengano que, muitas vezes, coloca uma névoa sobre a realidade. Afinal, foram anos de estudos nessa área, diversas experiências de emprego nesse caminho, álbum de formatura com a família… São muitos os pontos que nos levam ao questionamento: como mudar, a essa altura?
Para responder a essa pergunta, é muito importante olhar para dentro. Perceber se falta ânimo para levantar e ir para o trabalho, se a atividade profissional está trazendo mais tristeza do que alegria e até se a saúde física está sendo afetada é fundamental.
Se você já tirou férias e esse sentimento não passa, é preciso refletir sobre a possibilidade de mudar de profissão. Tente descobrir em qual momento você deixou de ser feliz ou se, na verdade, não havia satisfação na carreira, pois você a exercia por obrigação social.
Entenda o seu desejo de mudar de área e aceite essa transformação como uma etapa importante da sua vida. Nesse momento, esqueça as velhas convenções sociais que te diziam para priorizar seu diploma universitário e seu salário.
Descobrir o porquê do desejo de mudança
Você já se perguntou por que quer mudar? Para que uma mudança de carreira dê certo a essa altura, é necessário que você esteja realmente seguro do que deseja. Aos 30, a maioria das pessoas já atingiu um grau de maturidade que permite um autoconhecimento mais profundo.
É bem provável que você já tenha definido para si mesmo quais são seus valores e sua visão de mundo. Se o desejo de mudança baseia-se em tais tópicos, vá em frente. Caso perceba que ainda não está certo do que quer, ou que está apenas sendo influenciado por outras pessoas, talvez o ideal seja refletir um pouco mais antes de avançar para o passo seguinte.
Mas, se concluir que essa vontade realmente tem a ver com suas questões internas, agarre esse propósito e lembre-se dele todas as vezes em que fraquejar ou pensar em desistir. Algumas dificuldades vão surgir — e é necessário ter muito foco para não se perder pelo meio do caminho.
Fazer um bom planejamento antes de mudar de carreira
Depois de tomar consciência dessa mudança e aceitá-la, é preciso fazer um bom planejamento para colocar o projeto em prática. Se você já chegou à conclusão de que deseja mudar de carreira após os 30 anos, essa decisão requer um preparo cuidadoso.
Analise o grau de adaptação que a mudança de carreira exigirá de você e também de sua família. Essa medida vai variar de acordo com a transformação que precisa ser feita.
Se o seu desejo é deixar uma carreira de executivo para se tornar dono do próprio negócio, a transição se dará de uma forma. Já se você abandonar o emprego atual para mudar completamente sua área de atuação — o que requer uma nova formação técnica ou superior —, essa mudança ocorrerá de outra maneira.
Ao tomar consciência desse momento, avalie o grau de alterações necessárias e adapte o seu planejamento para essa realidade. O ideal é conseguir fazer uma reserva financeira capaz de segurar as suas despesas por um período, pois, no processo de transição, você pode ficar sem rendimentos por algum tempo.
Considere isso e adeque também o orçamento da sua família para essa realidade. Explique a todos a sua decisão e exponha os esforços que serão necessários para que essa mudança transcorra da forma mais serena possível.
Pesquisar o mercado
Como está o mercado na área para a qual você está pensando em migrar? É preciso ter, pelo menos, uma ideia de qual será o grau de dificuldade para conseguir uma colocação no setor escolhido ou de quanto tempo, em média, se leva para começar a lucrar com seu produto ou serviço, caso esteja pensando em empreender.
Antes de qualquer coisa, é essencial ter em mente qual a média aproximada de tempo que você ficaria sem rendimentos e como se prepararia financeiramente para isso. Mas, para tanto, você deve fazer pesquisas e se basear em dados concretos — nunca no que “a amiga da cabeleireira da sua prima” te contou.
Avaliar perdas e ganhos em termos gerais
Por mais que se fale em propósito de vida na hora de mudar de carreira, é natural que você só tome a decisão, de fato, se perceber que a nova área trará benefícios. Mas é claro que nem sempre será possível ter um salário maior na nova profissão: muitas pessoas mudam por motivos que não têm nenhuma relação com o fator financeiro.
Para que se decida mudar, porém, é fundamental a conclusão de que o novo caminho escolhido trará ganhos. Mesmo que o salário seja menor, poderá haver a conquista de uma qualidade de vida, de mais tempo com a família ou de uma condição mais saudável, entre outros itens.
Porém, junto com todos esses ganhos, também virão algumas perdas. É natural que a sensação de que “perdeu tempo” estudando e trabalhando com a profissão antiga venha à tona, mas você precisa de equilíbrio para analisar até qual ponto tais pensamentos têm fundamento.
Você tem sangue frio o suficiente para avaliar quais são os riscos e as oportunidades reais que a mudança pode proporcionar? É possível que você ganhe menos, perca algumas coisas que já foram construídas na carreira anterior e passe a ter mais responsabilidades (e trabalho), mas o ponto chave é: será possível viver dessa forma? Isso te fará feliz?
Se concluir que sim, é sinal de que os ganhos se sobressaem às perdas. E, portanto, a mudança que está planejando tem tudo para valer a pena e ser bem sucedida.
Ajustar as expectativas
Depois da etapa de planejamento, é importante ajustar as expectativas em relação à nova profissão. Na casa dos 30 anos, a maturidade profissional está mais consolidada e tendemos a não ter ilusões relacionadas à carreira próprias dos tempos estudantis.
É preciso lembrar, por exemplo, que todo emprego é constituído por prós e contras. Dessa forma, é necessário um grande esforço para ter êxito profissional, independentemente da área de atuação. A mudança de carreira depois dos 30 pode ser motivada por muitos fatores, como busca por mais qualidade de vida, desejo por melhor remuneração e o objetivo de realização profissional.
É importante saber, exatamente, o que desencadeou essa transição e ajustar suas expectativas em relação a ela. Se você vai deixar um alto cargo em uma multinacional para dedicar-se ao artesanato, por exemplo, é fundamental ter noção da nova realidade financeira que está por vir.
Ampliar sua rede de contatos
Você tem grandes chances de entrar em um novo mercado, certo? Mas já tem ideia de por qual porta fará essa entrada? Uma boa dica é procurar conhecer pessoas que já atuam na área pretendida ou que tenham interesses parecidos com os seus.
Melhorar o seu networking fará com que você possa conversar e aprender com quem já tem alguma experiência no setor desejado. É a partir de tais encontros que podem surgir novos interesses, talentos, habilidades e, quem sabe, até mesmo uma indicação. Portanto, circule e fique atento a quem a vida lhe apresenta.
Estudar… Por que não?
Você pode até pensar que a época de faculdade já passou ou que estudar é coisa para pessoas de “vinte e poucos” anos, mas, dependendo da intensidade da mudança que deseja, será praticamente impossível fazer a transição sem passar pelo “banco de escola” novamente.
A não ser que escolha uma área correlata à sua formação, será preciso buscar novos conhecimentos e especializações para prosseguir com a mudança. Frequentar palestras e descobrir quais cursos são necessários para ingressar no mercado já garantem o primeiro passo.
Assim que estiver certo do seu desejo de mudança e de quais as qualificações necessárias para colocá-la em prática, comece a estudar. Algumas pessoas conseguem conciliar os cursos com a jornada de trabalho atual e fazem uma transição tranquila e gradual. Pense se esse não é o seu caso e comece com as leituras e os exercícios agora mesmo.
Fazer uma reflexão sobre sua vida profissional
Ainda que a mudança de carreira demande uma nova formação — ou até mesmo uma nova postura diante do mercado —, é possível que você possa aproveitar algo da profissão antiga.
Quais são seus pontos fortes? Em quais situações você já se destacou profissionalmente? Essas características podem ser aplicadas na nova área. Afinal, a profissão mudará, mas o profissional continuará sendo você (com seus vícios e suas habilidades).
Reconhecer suas principais características fará com que seja possível atingir melhores resultados, independentemente de mudar ou não de carreira. Use o tempo que passou atuando em outra área a seu favor e tire dele tudo o que poderá te ajudar a trilhar o novo caminho.
É necessário aproveitar seus aspectos positivos e renovar sua imagem no mercado e nas redes sociais. Adaptar-se ao dress code e à postura do setor no qual começará a atuar fará com que você se torne um profissional completo e apto a entrar pela porta da frente desse novo mercado de trabalho.
Lembre-se: quando abandonamos o velho para viver o novo, é necessário fazê-lo de corpo e alma.
Recorrer à ajuda profissional
Mudar de carreira, por si só, não garante a felicidade e a realização plena. Esse processo pode sinalizar um bom caminho, mas também pode ser doloroso e difícil, pois transições nunca são fáceis!
Lidar com os olhares externos e a opinião alheia pode significar uma dificuldade particular. As pessoas comentam: vai deixar uma carreira tão sólida? Tudo o que você tem na vida foi construído com o seu trabalho? Vai começar tudo de novo?
O olhar alheio pode soar bem negativo e castrador, mas é possível lidar com ele. A sua realidade profissional diz respeito somente a você. Portanto, se a pressão for muito grande, recorra à ajuda profissional para passar por essa fase com segurança — existem programas de coaching profissional voltados para mudanças de carreira.
Mudar requer sempre sair da zona de conforto, daquele lugar conhecido para um desconhecido, do claro para o escuro. Quando se tem consciência dessa mudança, é preciso conduzi-la de forma efetiva, para que tudo ocorra da maneira planejada.
Não deixe de mudar de carreira aos 30 devido ao medo do novo ou à idade. Se você não arriscar nesse momento, pode chegar aos 50 ainda mais frustrado e infeliz por não ter tido coragem da primeira vez. Sempre é tempo, sempre é possível.
E você, já teve vontade de mudar de carreira após os 30 anos? Como lidou com essa situação e qual tipo de sentimento ela trouxe?
Entre em contato conosco para conhecer cursos, programas e projetos de desenvolvimento pessoal que possam ajudar na transformação da sua vida. Mas lembre-se: você sempre será o protagonista da sua própria história e qualquer orientação deve ser baseada naquilo traçado e desejado para si mesmo!