Em 2012, no mesmo dia em que era apontada como presidente do Yahoo, Marissa Mayer anunciou que estava grávida. Em poucas horas, seria despertado um caloroso debate sobre como (e se) a executiva teria capacidade de conduzir a empresa e ser uma boa mãe ao mesmo tempo.
Histórias de maternidade e carreira bem-sucedidas como a de Marissa existem aos montes, mas, ainda assim, é difícil para muitas mulheres se convencerem de que realmente é possível ser uma boa mãe sem abrir mão do futuro profissional.
É verdade que não se trata de uma tarefa simples, alguns sacrifícios e escolhas precisam ser feitos. Por outro lado, esse novo estilo de maternidade também tem as suas vantagens, e uma série de pequenas medidas podem melhorar bastante o equilíbrio entre as duas realidades.
Pensando nisso, separamos algumas dicas de como ser uma mãe melhor, que podem te ajudar a estabelecer uma maior harmonia entre sua vida profissional e a criação de seus filhos.
Vamos a elas!
Planeje bem a sua carreira
Uma pesquisa, conduzida pela Ernst & Young, IBM e Procter & Gamble, revelou há alguns anos que, dentre as mães que têm um emprego, os índices de satisfação saltam em mais de 20% quando elas contam com uma carreira planejada, em vez de trabalhar simplesmente para compor a renda ou sustentar a família.
Essa é apenas uma amostra da importância de planejar a sua carreira, especialmente quando você tem um filho. Isso porque quanto mais você souber o que realmente quer, tanto como mãe quanto como profissional, mais fácil será a tarefa de conciliar suas necessidades.
Se você está decidida a ser uma mãe participativa, por exemplo, é fundamental procurar por um ambiente de trabalho que demonstre sensibilidade pela sua situação, e disponha de um mínimo de flexibilidade. Com a tendência de uma nova filosofia (mais humanizada) nas empresas, e com redes de contato cada vez mais abertas, como o LinkedIn, essa tarefa de busca tem tudo para ficar progressivamente mais simples.
Sheryl Sandberg, que além de executiva do Facebook também é mãe solteira, destaca outro ponto que tem tudo a ver com o planejamento. Ela ressalta que toda mãe deve se preocupar em conquistar (e o mais rápido possível) posições que permitam aumentar sua flexibilidade de horário. Nesse sentido, a maternidade pode se tornar um fator de motivação para o sucesso profissional.
A flexibilidade, naturalmente, é uma via de mão dupla. Na mesma medida em que você deve lutar por alguns privilégios, também deve se dispor a fazer concessões. Nem sempre a final daquele torneio de futebol do seu filho, por exemplo, poderá ser uma prioridade.
Aumente a qualidade do seu tempo
Por maior que seja a flexibilidade conquistada, é preciso admitir que a falta de tempo é um problema para qualquer pessoa. Infelizmente, por melhor que seja o nosso planejamento, há sempre aqueles momentos em que há mais exigências do que esperávamos. Além disso, o sucesso no trabalho nunca deixa de incluir pelo menos alguns períodos de tempo escasso.
A melhor saída nesse contexto é mudar de perspectiva, passando a priorizar a qualidade do tempo em vez da quantidade. Quando estiver com o seu filho, mesmo que seja por pouco tempo, que tal estar 100% presente?
Nem sempre fica claro para nós, mas as crianças valorizam o engajamento dos pais muito mais do que a simples presença, e algumas lembranças de momentos vividos intensamente são infinitamente melhores do que várias lembranças de diálogos interrompidos pelo celular, ou brincadeiras em que você estava distraída.
O hábito de se manter no presente pode ser difícil de conquistar, mas é algo que vale a pena ser treinado. E não faltam livros, cursos de meditação e outras técnicas para aprimorar essa qualidade.
A escolha do tipo de atividade que se pratica com os filhos influencia diretamente na forma de aproveitar melhor o tempo. Atividades offline — como cozinhar, praticar um esporte, pintar um quadro — são especialmente recomendadas, não apenas por manterem a mãe longe de qualquer tentação de voltar para o trabalho, como também por juntarem os dois em atividades que marcam a criança e vão acompanhá-la pela vida inteira.
Ainda dentro desse processo de “criação de memórias conjuntas”, também é interessante que o filho seja incluído nos hobbies ou até mesmo na atividade profissional do adulto. Uma mãe que leia muito, por exemplo, pode tentar conversar sobre o que está lendo com a criança, ainda que ela não tenha capacidade de absorver aquela literatura.
Esse método tem a vantagem de fazer a criança se sentir incluída no “mundo adulto” e, por consequência, olhar o papel da mãe dentro desse mundo com mais admiração.
Ajuste as suas expectativas
Um cuidado fundamental é ajustar o seu interior para a realidade particular que é ser mãe e ter uma carreira ao mesmo tempo. Muitas pessoas, viciadas em repetir todas as (inegáveis) dificuldades de conciliar a maternidade com a atividade profissional, acabam presas ao pensamento de que carregam um fardo, e essa é a pior maneira de encarar a situação.
Como a história de mulheres como Marissa Mayer mostra, é preciso lembrar que se trata de uma mudança de paradigma, que envolve não apenas desafios, mas também oportunidades. Uma mãe que precise cuidar da carreira tem, por exemplo, uma ótima oportunidade de educar o seu filho para ser mais independente. Pois ela corre menos risco de cair na tentação de se tornar excessivamente protetora.
Por essas e outras, o primeiro ajuste a ser feito é desenvolver uma visão realista do que você tem a oferecer para o seu filho e para o seu trabalho. Dessa maneira, é possível cumprir as suas promessas em ambos os lados e conquistar respeito e afeto tanto dentro de casa quanto no trabalho. Afinal de contas, a ausência dos pais muitas vezes é menos sentida do que a promessa de estar presente que não foi cumprida.
Esse cuidado, por outro lado, não deve virar uma obsessão. Lembre-se sempre de que você é humana e pode errar. Procure não se pressionar demais, pois isso não apenas consome tempo útil, que poderia ser gasto com o seu filho, como ainda gera uma insegurança perigosa. Por medo da mágoa que podem despertar com falsas expectativas, algumas mães se tornam ainda mais ausentes.
Sabemos que, no fim das contas, não há uma fórmula mágica para aprender como ser uma mãe melhor e uma profissional de sucesso ao mesmo tempo. Cada caso apresenta as suas particularidades, que ora vão jogar a favor, ora contra, e para cada mulher o segredo da superação terá sua nuance própria. Todas essas dicas são um ponto de partida, mas o norte deve estar sempre na busca constante pela sinceridade consigo mesma.
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