Como usar o Canvas do Modelo de Negócio Pessoal

Silvia Pahins

quarta-feira, dez 16

Direto ao ponto e sem enrolação: o que você precisa para criar seu negócio como mentora na internet.

Tenha em mãos o passo a passo para transformar seu conhecimento e experiência profissional em um negócio online lucrativo e realizador.

Você quer reinventar a sua carreira? 

Começar a empreender? 

Quer gerar mais clareza sobre como pode viver suas paixões?

Ou, simplesmente identificar como está sua vida profissional hoje e quais aspectos podem ser melhorados? 

Todas essas perguntas podem ser respondidas por meio de um único método: o Canvas do Modelo de Negócio Pessoal. Usar o Canvas tem sido uma experiência bem-sucedida para muitos profissionais que desejam organizar suas ideias, mudar o seu modo de pensar, entender como transmitem os seus valores a um negócio e o que recebem em troca e agregar valor à carreira.

A ferramenta, que se aplica a qualquer tipo de profissional, foi criada com base no famoso Business Model Canvas, desenvolvido por Tim Clark em parceria com Alex Osterwalder e Yves Pigneur, cujo foco é o desenvolvimento de modelos de negócio de empresas.

Ambos os modelos  se destacam por serem fáceis de visualizar e entender, além de poderem ser utilizados individualmente ou por grupos de forma colaborativa na geração de ideias, o brainstorm.

A maior particularidade dessa estratégia é, no entanto, a sua capacidade de aprimorar ou mudar para melhor a forma com que os profissionais pensam e agem. Ou seja, eles passam a enxergar a si mesmos como um negócio e buscar resultados pessoais, de acordo com suas metas. No post a seguir vamos explicar melhor como isso funciona. Curioso? Então continue a leitura!

Mas afinal, o que é um modelo de negócios pessoal?

Um modelo de negócio é a forma como você oferece, entrega e captura valor. Como assim? De maneira mais simples, a forma como você ou sua empresa ganham a vida!

O valor oferecido é o benefício que se pretende entregar em forma de produtos e serviços para os clientes. Já a captura de valor é tudo aquilo que você recebe de volta, seja em valor monetário ou em benefícios emocionais.

Um dos modelos de negócios mais utilizados no mundo profissional é o Business Model Canvas.

Na prática, ele é um mapa visual composto por 9 blocos contendo todos os aspectos que o empreendedor ou gestor precisa considerar para trazer a sua empresa para a realidade do mercado e alcançar metas com sucesso. Todos esses aspectos se encaixam nos pilares: infraestrutura, oferta, cliente e finanças.

No modelo pessoal, também chamado de Business Model You, em inglês, ou, Canvas do Modelo de Negócio Pessoal ou, simplesmente, Canvas Pessoal, essa mesma ideia prevalece. Mas em vez de se basear no contexto geral da empresa, o profissional ganha entendimento próprio, da sua carreira e do que nela precisa ser mudado.

Com essa ferramenta é possível enxergar com muito mais clareza cada aspecto da sua vida profissional, como eles se encaixam e como influenciam a sua atuação.

Ela funciona como um grande quebra-cabeças, mas a partir do momento que você tem a imagem final pronta é muito mais fácil saber quais ações serão necessárias para alcançar seus objetivos.

Como usar o Canvas do Modelo de Negócio Pessoal?

O Business Model Canvas já é famoso no mundo empresarial e muito utilizado por grandes organizações na construção das suas metas e gerenciamento de projetos. Mas neste artigo, o nosso foco inicial não está na busca por resultados da empresa, mas sim em você. Ou seja, você passa a enxergar o seu trabalho como um negócio.

A ideia é te ajudar a identificar, a partir dos recursos e habilidades que possui, como oferecer valor para uma empresa — seja ela sua ou não — e o que deseja ter no futuro.

Para isso, o ideal é começar preenchendo os 9 blocos que formam o Canvas de uma maneira diferente. Em vez de se focar na empresa você analisará a si mesmo. Confira algumas dicas:

1. Recursos: quem é você? O que você tem?

No Business Model Canvas tradicional, o item referente aos recursos reúne todas as ferramentas, expertise e know-how que uma empresa possui.

Já no modelo pessoal esses recursos se referem a quem é você:

  1. Quais seus interesses?
  2. Quais suas habilidades, competências e talentos?
  3. Qual a sua personalidade?

O autoconhecimento é fundamental, pois permite que as suas respostas sejam de fato verdadeiras.

Nesse tópico também é preciso fazer uma análise sobre aquilo que você tem a oferecer para um negócio, como: experiência na área, rede de contatos, fluência em outros idiomas, ou seja, todos os recursos tangíveis e intangíveis que a sua carreira já agrega.

2. Atividades: o que você faz?

Neste tópico está reunido tudo o que você faz no seu dia a dia que gera valor para um negócio de modo geral. Um gestor de recursos humanos, por exemplo: elabora processos seletivos, orienta colaboradores, analisa estratégias e monitora o desenvolvimento das equipes.

É importante também ter um visão crítica sobre essas atividades, analisando quais tarefas você mais gosta de executar, quais considera as mais importantes e quais menos gosta. Essa postura crítica é importante para fazer mudanças no que não anda tendo bons resultados e trazer inovação para essas tarefas.

3. Clientes: quem você ajuda?

O terceiro bloco dessa ferramenta é voltado para o conhecimento dos clientes. E nesse caso, não é apenas definir um público-alvo, mas entender quem são as pessoas que dependem das tarefas executadas por você em sua organização (seu chefe, supervisor etc).

Para conhecê-los, basta responder duas questões simples: “a quem você se reporta?” e “quem paga pelos seus serviços?”.

4. Propostas de Valor: como você contribui?

Tendo em base os seus recursos, formação, experiência profissional e os resultados obtidos no dia a dia de trabalho pense em: qual benefício você fornece aos clientes listados anteriormente? Que trabalho eles te contratam para executar? Onde você se destaca?

Propostas de valor são competências e habilidades que podem agregar valor a um negócio diretamente, como uma especialização na área. Ou então, que podem não ter uma utilidade prática à primeira vista, mas se mostram fundamentais para um bom desenvolvimento profissional.

São elas: habilidade de comunicação com a equipe, capacidade de trabalhar bem em equipe, postura de liderança, domínio da tecnologia e de outros idiomas, e assim por diante.

5. Canais: como te conhecem? Como você entrega o serviço?

Como os clientes potenciais descobrem como você pode ajudá-los? Como eles decidirão a compra pelos seus serviços? Como eles comprarão? Como você entregará o que os clientes compraram? Como vai saber que esses clientes estão satisfeitos e resolver possíveis problemas?

Comunicação é a chave de qualquer negócio bem-sucedido. E por isso não é mais raro ver as empresas marcando presença em diversos veículos, como: redes sociais, Youtube, chats onlines, SACs, e-mails…

Pensar em você mesmo como um negócio é também investir em canais de comunicação com o cliente e fazê-lo conhecer seu trabalho. Por isso comece a pensar nos canais que respondem melhor a sua realidade. Um blog pessoal, um portfólio, um número de telefone profissional são algumas opções.

6. Relacionamento: como vocês interagem?

O bloco de Relacionamento descreve como é a sua relação com os seus clientes. De maneira mais específica é como você os atrai, fecha vendas, obtêm receitas crescentes deles ao longo do tempo e os fideliza.

Um executivo, por exemplo, mesmo que esteja representando uma empresa, consegue fechar negócios e conquistar pessoas, graças a forma que se relaciona com elas.

E o mesmo vale para qualquer profissional. Por isso ao usar o Canvas pense sempre em como o seu trabalho pode influenciar a experiência geral de cada cliente. Comece respondendo perguntas, como:

  • como você descreveria a forma como interage com os clientes?
  • você fornece serviço pessoal face a face? Ou suas relações são mais baseadas em e-mails ou outra comunicação escrita?
  • você pensa neles ao criar estratégias ou apenas no que será lucrativo para si mesmo?
  • seus relacionamentos são caracterizados por transações únicas ou serviços constantes?
  • você se concentra no crescimento de sua base de Clientes (aquisição), ou na satisfação de clientes existentes (retenção)?

7. Fontes de Receitas e Benefícios: o que você ganha?

Esse bloco é um dos mais importantes para quem está pensando em si mesmo como um negócio. Se você observar, uma empresa mantém documentado tudo aquilo que envolve o seu funcionamento em termos financeiros: gastos, fluxos de caixa, capital de giro. Mas é raro que um profissional faça isso.

Muitos se mantêm em um emprego acreditando que são bem-remunerados, mas não calculam o real valor do seu trabalho. Que pode não valer o salário oferecido, principalmente, quando compromete a satisfação pessoal, saúde física e mental e muitas horas gastas.

Diante disso, comece a calcular o quanto você ganha em troca ao se manter em um emprego, ao abrir seu próprio negócio ou exercer qualquer outra atividade profissional. O que é mais valioso?

Liste o salário, as taxas de contratantes, as ações, os royalties, e outros recursos monetários e financeiros. Também anote quais os benefícios tangíveis, como planos de saúde, ticket alimentação, carro, ou ainda intangíveis, como qualidade de vida, tempo para dedicar-se à família e o que for importante para você.

8. Parcerias Principais: quem te ajuda?

Na sua carreira, quem são aquelas pessoas que mais te ajudam? Quem são aqueles que lhe apoiam como profissional e ajudam a realizar seu trabalho com sucesso? Um chefe, um colega de trabalho, um familiar, seu parceiro ou parceira? Conseguiu pensar em alguns nomes? Então inclua-os no seu Canvas Pessoal.

Ter em mente quem são as pessoas que contribuem para o seu crescimento é uma maneira de ganhar motivação e pedir ajuda quando necessário.

Eles podem oferecer conselhos, motivação ou oportunidades de crescimento. E ainda fornecer outros recursos necessários para realizar as tarefas, sejam elas domésticas ou profissionais.

9. Estrutura de Custos: o que você dá ao seu trabalho?

E por fim, é preciso avaliar o que você vem dando ao seu trabalho. Dentro da estrutura do Canvas se encaixam gastos, como: taxas de treinamento ou assinatura, despesas de deslocamento e alimentação, uso de veículos, equipamentos ou vestuário especial; gastos com Internet, telefone ou despesas que surgem do trabalho em casa ou nas instalações do cliente.

E além deles, estão os valores que fogem da categoria financeira, como: tempo, expertise, energia, produtividade, motivação, horas vagas, e assim por diante. Ter esses custos em mente te ajudará a entender se o que você ganha em troca realmente vale a pena e tem um balanço positivo para a sua vida.

E então, conseguiu entender como funciona um Canvas do Modelo de Negócio Pessoal? Logo abaixo você pode conferir um exemplo de como esse modelo ficaria preenchido:

Ferramentas-praticas-para-reinventar-sua-carreira

 Se você quer começar a usar o Canvas em uma mudança de carreira, não deixe de conferir também o nosso e-book com um passo a passo completo para se dar bem nessa transição!

Escrito por

Sílvia Pahins

Especialista em Negócios Digitais
Fundadora do Instituto ECP


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